Mário Feres foi uma alma grande, generosa, de musicalidade transbordante e com um humor de lascar... Ainda escuto claramente teu riso, tua voz, teu som, teu Tom rasgando o silêncio, tão vivos... Tudo bem gravado na alma. Foi um privilégio e uma alegria ter te conhecido, meu caro amigo. Te amaremos para sempre e um dia seremos todos uma mesma canção.
André Mehmari
Mario Feres no Forest - 1995 - O início da carreira em Ribeirão Preto.
por Jose Marcio Castro Alves
Em 1993 o Mario Feres veio e fez amizades no meio musical da noite para o dia. Tocou no Obvio Bar, de propriedade do Julio Saaid e ao final de 1994 e começo de 1995 formou um trio com o contrabaixista José Pereira e o baterista Ignácio Koser, onde fizeram uma temporada no Forest, um restaurante do então complexo Deck Delícia, atual Buffet Aguiar.
Ainda em maio de 1995 conhececia o maestro e compositor Paulo Jobim, o que lhe abriria as portas para grandes voos no Brasil e Europa, principalmente.
Este filme mostra o Mario Feres e a Vania ainda na primeira fase e récem chegados a Ribeirão Preto, sem o conforto do grande sonho de suas vidas que foi a belíssima casa própria onde viveram por oito anos até 1 de Abril de 2011, mas no tempo em que viviam se mudando de um apartamento para outro, todos pequenos. Só no Irajá foram três que eu frequentei. Tem também um daqueles da Vila Virginia no DelBoux, uma casinha na Campos Sales há um quarteirão da Feira da Portugal, duas mansões na Hípica onde moraram por mais de quatro anos, depois num apartamentozinho de dois quartos na rua Chile que mal cabiam as escovas de dentes e depois numa casinha michuruca e també provisória pertinho da Av. Portugal. Foi nessa casa que ele gravou o disco do João Viviane com o parceiro de muitas músicas, João Ferraz.
Este filme mostra o Mario nessa época, onde a dupla foi convidada para participar do programa Canta Ribeirão,do Bueno cantor, onde o Mario conta como a música os uniu, tanto musicalmente como maritalmente.
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Andre Mehmari: "Mario foi um dos pouquíssimos pianistas que tocaram no meu piano"
O pianista mais precoce que já passou por Ribeirão chama-se André Mehmari. Ele me escreveu três e-mails. Todos com um só tema: saudades do Mário. Dêem o play para ouvir as duas versões da música que o André fez pra ele e sintam a afinidade que unia Mário Feres e André Mehmari – irmãos de instrumentos e de profissão. Grandes amigos.
"Liguei os microfones e fiz essa pequena homenagem ao meu amigo, Elegia pra Mário Feres. É uma linda tarde aqui na Cantareira, deu saudades. André"
Que saudades... Mal posso aceitar a partida dele. Estava tão confiante que ele sairia dessa. Um pouco de ingenuidade minha: a doença era grave demais... nunca quis acreditar que perderíamos o Mário. Na última vez que nos falamos, por telefone, logo após sua longa cirurgia de 13 horas, eu pedi a ele que tivesse paciência na recuperação, que ele teria um nova chance e superaria o momento difícil. Eu sei que ele sustentou suas forças até o último momento. Se eu pudesse, fazia o amigo acordar e voltar pra gente, mas somos tão pequenos... poeira no ar. Um grãozinho de nada é o que somos. Mas que coisa divertida e boa pode ser esse encontro de grãozinhos, nesse adorável planetinha? Assim foi o nosso: como amei esse amigo! Me identifico demais com ele, com o jeito dele ser músico - na prática, co'a mão na massa, todo faceiro, o talento ali na cara, alegria de viver, sem filtros. Um trem elegantemente desgovernado rumo ao céu, cheio de paixão, amor à vida. Vê quanta vida ele ainda tinha nos seus olhos! Não era a hora Marião! Onde está você? O que foi, o que não foi? Não viu a partitura na estante, com tantos compassos ainda pela frente?! Se tua linda arte teve o papel sagrado de tirar o peso excessivo, o amargor da vida, agora você habita esse espaço etéreo de onde nascem as melodias, as harmonias... você simplesmente tornou a ser novamente música pura... Qualquer hora, vê se me sopra alguma daí, que eu escrevo aqui, tô te escutando meu amigo... Dizem que nós refazemos e reconstruímos nossa memória, de acordo com a conveniência. Mas não consigo lembrar de nenhum encontro nosso, nos 17 anos de nossa amizade, que não tenha sido muito feliz. Mário, foste uma peça rara, uma alma grande, generosa, de musicalidade transbordante e com um humor de lascar... Ainda escuto claramente teu riso, tua voz, teu som, teu Tom rasgando o silêncio, tão vivos... Tudo bem gravado na alma. Foi um privilégio e uma alegria ter te conhecido, meu caro amigo. Te amaremos para sempre e um dia seremos todos uma mesma canção. André Mehmari
"Liguei os microfones e fiz essa pequena homenagem ao meu amigo, Elegia pra Mário Feres. É uma linda tarde aqui na Cantareira, deu saudades. André"
Que saudades... Mal posso aceitar a partida dele. Estava tão confiante que ele sairia dessa. Um pouco de ingenuidade minha: a doença era grave demais... nunca quis acreditar que perderíamos o Mário. Na última vez que nos falamos, por telefone, logo após sua longa cirurgia de 13 horas, eu pedi a ele que tivesse paciência na recuperação, que ele teria um nova chance e superaria o momento difícil. Eu sei que ele sustentou suas forças até o último momento. Se eu pudesse, fazia o amigo acordar e voltar pra gente, mas somos tão pequenos... poeira no ar. Um grãozinho de nada é o que somos. Mas que coisa divertida e boa pode ser esse encontro de grãozinhos, nesse adorável planetinha? Assim foi o nosso: como amei esse amigo! Me identifico demais com ele, com o jeito dele ser músico - na prática, co'a mão na massa, todo faceiro, o talento ali na cara, alegria de viver, sem filtros. Um trem elegantemente desgovernado rumo ao céu, cheio de paixão, amor à vida. Vê quanta vida ele ainda tinha nos seus olhos! Não era a hora Marião! Onde está você? O que foi, o que não foi? Não viu a partitura na estante, com tantos compassos ainda pela frente?! Se tua linda arte teve o papel sagrado de tirar o peso excessivo, o amargor da vida, agora você habita esse espaço etéreo de onde nascem as melodias, as harmonias... você simplesmente tornou a ser novamente música pura... Qualquer hora, vê se me sopra alguma daí, que eu escrevo aqui, tô te escutando meu amigo... Dizem que nós refazemos e reconstruímos nossa memória, de acordo com a conveniência. Mas não consigo lembrar de nenhum encontro nosso, nos 17 anos de nossa amizade, que não tenha sido muito feliz. Mário, foste uma peça rara, uma alma grande, generosa, de musicalidade transbordante e com um humor de lascar... Ainda escuto claramente teu riso, tua voz, teu som, teu Tom rasgando o silêncio, tão vivos... Tudo bem gravado na alma. Foi um privilégio e uma alegria ter te conhecido, meu caro amigo. Te amaremos para sempre e um dia seremos todos uma mesma canção. André Mehmari
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Mario Feres e Vania Lucas - Corcovado - Tom Jobim
por José Márcio Castro Alves
O Tom da paixão foi um espetáculo musical apresentado por Mario Feres (piano e voz) e Vânia Lucas (voz e Viola da Gamba), abordando as canções do compositor Antonio Carlos Jobim que falam de amor e paixão.
Mario Feres e Vânia Lucas sempre foram especialistas em Tom Jobim, uma vez que fizeram inúmeros shows com Paulo Jobim, filho do compositor, também um expert na obra do pai.
O Tom da Paixão foi um resgate lindíssimo das mais belas canções de amor do mestre Tom Jobim, com um repertório que destacou também seus mais importantes parceiros: Newton Mendonça, Aloysio de Oliveira, Vinicius de Moraes e Chico Buarque.
Tive a honra de registrar esse grande espetáculo musical idealizado por Mario Feres e Vânia Lucas, apresentado em várias cidades.
Esta gravação foi no Teatro do SESI Franca, em 3 de dezembro de 2010.
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Mario Feres e Vania Lucas - Desafinado, de Tom Jobim e Newton Mendonça.
por José Márcio Castro Alves
Mario Feres nunca desafinou, pois em vida foi a ética em pessoa. Na música, o único Tom Jobim possível após a morte do nosso maior compositor popular. Os mesmos trejeitos, a mesma amabilidade ao conversar com um qualquer, a reverência na hora certa e o respeito na medida exata. Jamais vi o Mario dizer que era um bom músico ou gabar-se de todo o seu talento. Doce, generoso, alegre sempre, leal, confidente, ombro amigo, culto e inteligente, não há quem não o amasse ou deixasse de vibrar diante daquela encantadora figura.
Mestre da bondade, companheiro, foi sábio e humilde. Lutou até o último suspiro sem perder a esperança. Por fim, encantou-se e foi pro colo de Deus. Deixou-nos desafinados.
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Zé prequeté tira bicho do pé pra tomar com café!
por José Márcio Castro Alves
Em 1996 fiz a trilha sonora de um especial para a EPTV chamado Caminho da Roça, no singular. O Mário Feres gravou comigo algumas canções, tocando e cantando, como essa, o Zé Prequeté, em que cantamos juntos e o maestro Roberto Minczuk assovia a melodia junto comigo. Foi muito prazeroso ter esse dois monumentos numa música de minha autoria.
O vídeo caseiro e doméstico é coberto com imagens do filme Meus oito Anos com fotografia de José A. Mauro e direção de Humberto Mauro.
Zé prequeté tira bicho de pé pra tomar com café! Olha o arco da velha! Me paga um Felipe! A vaca amarela pulou a janela! Não pula a pinguela! No arco da velha tem um tesouro. Corcunda é zarolho. Cadê o vagalume?
José Márcio Castro Alves
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